Mensagens

A mostrar mensagens de novembro, 2006
Mecano_Mujer Contra Mujer Em post anterior está a letra, agora a música... para relembrar os meus vinte anos :-)
Poesia Dilema Palavras para quê! :-)

MUJER CONTRA MUJER

Nada tienen de especial dos mujeres que se dan la mano, el matíz viene después cuando lo hacen por debajo del mantel. Luego a solas, sin nada que perder, tras las manos va el resto de la piel. Un amor por ocultar, aunque en cueros no hay donde esconderlo, lo disfrazan de amistad cuando salen a pasear por la ciudad. Una opina que aquello no está bien la otra opina que qué se le va a hacer. Y lo que opinen los demás está de más. Quién detiene palomas al vuelo volando a ras del suelo. Mujer contra mujer. No estoy yo por la labor de tirarles la primera piedra si equivoco la ocasión y las hallo labio a labio en el salón ni siquiera me atrevería a toser, si no gusto ya sé lo que hay que hacer. Que con mis piedras hacen ellas su pared... MECANO(Album: Descanso dominical) Ana Torroja, Jose Maria Cano & Nacho Cano

Pablo Neruda

Minha feia, és uma castanha despenteada, minha bela, és formosa como o vento, Minha feia, de tua boca se podem fazer duas, minha bela, são teus beijos como frescas melancias. Minha feia, onde estão escondidos teus seios? São mínimos como dois vasos de trigo. Me agradaria ver-te duas luas no peito: as gigantescas torres de tua soberania. Minha feia, o mar não tem tuas unhas em sua tenda, minha bela, flor a flor, estrela por estrela, onda por onda,mensurei teu corpo: minha feia, te amo por tua cintura de ouro, minha bela, te amo por uma ruga em tua fronte amor, te amo por clara e por escura.

Encontro, de Almada Negreiros

Que vens contar-me se não sei ouvir senão o silêncio? Estou parado no mundo. Só sei escutar de longe antigamente ou lá pró futuro. É bem certo que existo: chegou-me a vez de escutar. Que queres que te diga se não sei nada e desaprendo? A minha paz é ignorar. Aprendo a não saber: que a ciência aprenda comigo já que não soube ensinar. O meu alimento é o silêncio do mundo que fica no alto das montanhas e não desce à cidade e sobe às nuvens que andam à procura de forma antes de desaparecer. Para que queres que te apareça se me agrada não ter horas a toda a hora? A preguiça do céu entrou comigo e prescindo da realidade como ela prescinde de mim. Para que me lastimas se este é o meu auge?! Eu tive a dita de me terem roubado tudo menos a minha torre de marfim. Jamais os invasores levaram consigo as nossa torres de marfim. Levaram-me o orgulho todo deixaram-me a memória envenenada e intacta a torre de marfim. Só não sei que faça da porta da torre que dá para donde vim. José de Almada Negreiros

Esperança, de Almada Negreiros

Esperança: isto de sonhar bom para diante eu fi-lo perfeitamente, Para diante de tudo foi bom bom de verdade bem feito de sonho podia segui-lo como realidade Esperança:isto de sonhar bom para diante eu sei-o de cor. Até reparo que tenho só esperança nada mais do que esperança pura esperança esperança verdadeira que engana e promete e só promete. Esperança:pobre mãe louca que quer pôr o filho morto de pé? Esperança único que eu tenho não me deixes sem nada promete engana engano que seja engana não me deixes sozinho esperança.

Poema, de Mário Cesariny

Em todas as ruas te encontro em todas as ruas te perco conheço tão bem o teu corpo sonhei tanto a tua figura que é de olhos fechados que eu ando a limitar a tua altura e bebo a água e sorvo o ar que te atravessou a cintura tanto tão perto tão real que o meu corpo se transfigura e toca o seu próprio elemento num corpo que já não é seu num rio que desapareceu onde um braço teu me procura em todas as ruas te encontro em todas as ruas te perco Homenagem singela ao poeta e pintor Mário Cesariny que morreu nesta madrugada de domingo, aos 83 anos, vitima de doenca do foro oncológico.

O TEU RISO

Tira-me o pão, se quiseres,tira-me o ar, mas nãome tires o teu riso.Não me tires a rosa,a lança que desfolhas,a água que de súbitobrota da tua alegria,a repentina ondade prata que em ti nasce.A minha luta é dura e regressocom os olhos cansadosàs vezes por verque a terra não muda,mas ao entrar teu risosobe ao céu a procurar-mee abre-me todasas portas da vida.Meu amor, nos momentosmais escuros soltao teu riso e se de súbitovires que o meu sangue manchaas pedras da rua,ri, porque o teu risoserá para as minhas mãoscomo uma espada fresca.À beira do mar, no outono,teu riso deve erguersua cascata de espuma,e na primavera, amor,quero teu riso comoa flor que esperava,a flor azul, a rosada minha pátria sonora.Ri-te da noite,do dia, da lua,ri-te das ruastortas da ilha,ri-te deste grosseirorapaz que te ama,mas quando abroos olhos e os fecho,quando meus passos vão,quando voltam meus passos,nega-me o pão, o ar,a luz, a primavera,mas nunca o teu riso,porque então morreria. Pablo Neruda

SE TU ME ESQUECES

Quero que saibas uma coisa. Tu já sabes o que é: Se olho a lua de cristal, o ramo rubro do lento outono em minha janela, se toco junto ao fogo a implacável cinza ou o enrugado corpo da madeira, tudo me leva a ti, como se tudo o que existe, aromas, luz , metais, fossem pequenos barcos que navegam para estas tuas ilhas que me aguardam. Pois, ora, se pouco a pouco deixas de me amar, de te amar, pouco a pouco, deixarei. Se de repente me esqueces, não me procures, já te esqueci também. Se consideras longe e louco o vento de bandeiras que canta minha vida e te decides a me deixar na margem do coração no qual tenho raízes, pensa que nesse dia a essa hora levantarei os braços me nascerão raízes procurando outra terra. Porém, se cada dia, cada hora, sentes que a mim estás destinada com doçura implacável, se cada dia se ergue uma flor a teus lábios me buscando, ai, amor meu, ai minha, em mim todo esse fogo se repete, em mim nada se apaga nem se esquece, do teu amor, amada, o meu se nutre, e enqu