Há quem diga que o amor é um rapazinho, E quem diga que ele é um pássaro; Há quem diga que faz o mundo girar, E quem diga que é um absurdo, E quando perguntei ao meu vizinho, Que tinha ar de quem sabia, A sua mulher zangou-se mesmo muito, E disse que isso não servia para nada. Será parecido com uns pijamas, Ou com o presunto num hotel de abstinência? O seu odor faz lembrar o dos lamas, Ou tem um cheiro agradável? É áspero ao tacto como uma sebe espinhosa Ou é fofo como um edredão de penas? É cortante ou muito polido nos seus bordos? Ah, diz-me a verdade acerca do amor. Os nossos livros de história fazem-lhe referências Em curtas notas crípticas, É um assunto de conversa muito vulgar Nos transatlânticos; Descobri que o assunto era mencionado Em relatos de suicidas, E até o vi escrevinhado Nas costas dos guias ferroviários. Uiva como um cão de Alsácia esfomeado, Ou ribomba como uma banda militar? Poderá alguém fazer uma imitação perfeita Com um serrote ou um Steinway de concerto? O seu c...