Gato ao crepúsculo


Miró





(Poeminha de louvor ao pior inimigo do cão)

Gato manso, branco,
Vadia pela casa,
Sensual, silencioso, sem função.
Gato raro, amarelado,
Feroz se o irritam,
Suficiente na caça à alimentação.
Gato preto, pressago,
Surgindo inesperado
Das esquinas da superstição.
Cai o sol sobre o mar.
E nas sombras de mais uma noite,
Enquanto no céu os aviões
Acendem experimentalmente suas luzes verde-vermelho-verde,
Terminam as diferenças raciais.
Da janela da tarde olho os banhistas tardos
Enquanto, junto ao muro do quintal,
Os gatos todos vão ficando pardos.
Millôr Fernandes

Comentários

Teresa Durães disse…
Um cão cocker palerma
Uma cadela belga
Uma pastora alemã
para afastar essa gataria
(só não sei onde sentar
que ocupam todos os lugares
do sofá da casa)

entro atiram-me ao chão
(grandes que se farta)
menos o cão
(pula)

não há dia
que ande limpa
mas não faz mal!

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