Maluda
alma plana
linda, a rua de Évora
quando me tocou com um violino embriagado
e com vozes finas, boémias, estudantis.

na praça abre-se uma esplanada
sombreada com um portal e capiteis
no baixo um violoncelo dedilhado

chamavam-me louco, a mim um forasteiro
e a música não parava e era bela a guitarra
aqui na rua linda
aqui onde não resiste a loucura
cidade retrato, do poema imprevisto
recanto de paragem de desisto

tenho pela mão a paz e os ses
os horizontes mais distantes que os do mar
mas voz, quero a voz puxada de Camões

traz certezas, palavras para o vago da existência
no triângulo que me devolveu vida
em Évora, vereda dos improvisos e da cantoria no largo
Lino Filipe da Silva Costa

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